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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Passo a passo de Botinas (35)

Queridos o Botinas segue sendo comentado e divulgado.
Nosso sonho tem asas e voa alto!!!

MUITO OBRIGADO A TODOS!

Quinta-feira, 19 de Maio de 2011

Cineclubista militante

DIADEMA
PARA O DIÁRIO REGIONAL


Em homenagem ao trabalhador cineclubista, o Ponto de Cultura Sambacine em parceria com o Cineclube Cinema Digital, Cine Eldorado e Secretaria de Cultura de Diadema vão realizar o lançamento do filme Botinas no Elevador, seguido de debate com os diretores.

A produção independente é feita por pessoas que amam cinema. O filme é uma ficção baseada em fatos reais: um homem - Raul - relembra momentos de sua juventude vividos em São Paulo, nos tempos da ditadura militar brasileira. A direção é de João Luis de Brito Neto e Edson Araújo Lima.

Na apresentação da produção para a imprensa, no Espaço Unibanco São Paulo, a sala estava cheia de amigos, convidados, público espontâneo e a classe mais duradoura da historia do cinema brasileiro, mesmo desarticulada entre 1991 a 2002. Muitos flashes captaram a entrada dos diretores João Luiz e Edson Araújo Lima . A noite foi considerada histórica pelo que representou para o Movimento Cineclubista, que começou a se rearticular entre 2002 e 2003.
O diretor João Luiz de Brito Neto tem vasta formação cineclubista militante político-cinematográfico e seu amor pelo cinema de luta – cinema de resistência – deu seu passo mais firme dentro da realização do cinema.

A projeção começa em uma tela preta, quase fúnebre, sons de uma antiga máquina de escrever – instrumento que provocava medo nas pessoas de repartição pública – e que também era usada pelos inquisidores da Ditadura Militar, para datilografar em papel branco e “tinta de sangue” todos dados dos anarquistas, arruaceiros e principalmente quem achavam que eram os comunistas. Ao som dos algozes, a máquina escreve na tela seus nomes e datas em letras brancas: são os nomes de generais que mandavam e desmandavam no país na época da ditadura.

No filme tudo é simbólico o tempo todo, para frisar a mensagem de não esquecer o período da Ditadura Militar e suas terríveis consequências para a população brasileira. “Atenção especial às escadarias que aparecem no filme todo. Pode parecer pulsação estética pós-moderna do contemporâneo. Não. Ela alcança uma leitura além das nuvens; além do que o homem pode imaginar”, declara Diaulas Ulisses, coordenador do Cine Eldorado.

A produção tem sua imagem impressa sobre uma escadaria do Bexiga, na cidade de São Paulo. Jovens tentam alcançar determinação para ajudar os companheiros presos pelo regime. Outra escada, agora a do filme projetado por militantes em um lençol dentro de uma casa – na calada da noite – a Escadaria de Odessa (do filme Encouraçado Poltekin), onde, do alto, o poder militar reprime fervorosamente a população local. “Nessa imagem vemos a genialidade da produção. A escada narra junto com outras cenas o que aconteceu na Rússia e aqui no Brasil.

Para exemplificar, há a cena em que a mãe, na escadaria de Odessa, vê seu filho pequeno e frágil ser baleado e, decidida, pega a criança, levanta nos braços e vai em direção dos botinadores militares. No Brasil o filho já é crescido, mas mesmo assim frágil diante das armas dos policiais”, pontua Diaulas.

Mesmo tendo escadas, muitas escadas, e tendo uma pessoa que sofre de claustrofobia, os militares sobem com o “meliante” de elevador, pois não podem subir ao Olimpo. “Só Raul pode, somente os lúcidos e esclarecidos militantes podem, em uma narrativa não convencional”, completa.

Na cena final, não poderiam ser esquecidas as consequências dessa brutalidade que assolou nosso país: a escadaria surge vazia , com alguns livros, um recortes, umas flores, alguns papeis para lembrar e resistir (dizeres do cartaz). Assim ficam as lembranças daqueles heróis da resistência que desceram do Olimpo e foram trucidados por um regime que só queria poder e dinheiro. “A escadaria vazia são as pessoas de hoje, vazias, sem saber que milhares de pessoas morreram ou foram torturadas para que pudessem celebrar a democracia neste maravilho e poderoso país. Que todos chamamos de Brasil”, conclui Diaulas.

Serviço ä Filme Botinas no Elevador, seguido de debate com os diretores. Local: Cine Eldorado, avenida Frei Ambrósio de Oliveira Luz, 55, Eldorado. Telefone: 4059-1649. Data e hora: dia 20, às 19h30.

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